A Avó Maria é um exemplo de superação e de dedicação.

Nasceu em 1900, experienciou as diabruras da implantação da república e a partida para a guerra de familiares e amigos em 1914. A Amareleja ficou sem escola e a Avó Maria aprendeu a ler e a escrever sozinha, aos 12 anos, através de um manual de alfaias agrícolas durante o tempo de convalescença de um surto de tuberculose.

A Avó Maria é a enfermeira autodidata da história da Casa Garcia e é como enfermeira no consultório do Dr. José Jerónimo que entra na história desta família. Aprendeu enfermagem pela prática e foi através do seu amor à medicina que encontrou o amor.

Em 1932 José Jerónimo e Maria estão casados e com um filho quando começa a guerra Civil de Espanha, época em que esta casa recebe vários foragidos do outro lado da fronteira e a dedicação da avó Maria passa a abranger uma família alargada.

Interessada pelos temas da saúde e já com dois filhos, aprendeu que o ar da praia e a maresia da Ericeira eram benéficos para o desenvolvimento saudável das crianças. Passa os dias de verão com os dois filhos e o marido na Praia do Sul, mas sem ela própria experimentar a liberdade que o fato de banho lhe podia conferir.

Ficou viúva em 1969 e passou a tomar conta da Casa Agrícola com a ajuda do feitor. Passou pela ocupação dos anos 70 e foi forçada a afastar-se da agricultura, mas nunca deixou de se preocupar com o mundo agrícola e, sobretudo, com a Amareleja.